Publicado no Facebook por: Rosane Cincinatus – Nutricionista
🍏Este é um dos grandes desafios que enfrentamos em atendimentos: o imediatismo. As pessoas querem resolver todos os problemas de saúde de uma vez esquecendo que levaram meses ou anos doentes. . 🍉É preciso trabalhar a ansiedade de cada paciente para que ele entenda que resultados a longo prazo trazem benefícios duradouros! . 🤔 Antes de qualquer mudança alimentar é preciso ter uma mudança comportamental e passar pela etapa de refletir as atitudes que estão interferindo em seus problemas de saúde. . Crédito texto e imagem: @maniasdenutricionistas
Os NUTRIENTES NÃO AGEM ISOLADAMENTE, mas sim em SINERGIA ou até em ANTAGONISMO. Vejamos alguns exemplos:
✅ O Magnésio e Ferro parecem ser necessários para a conversão da Vitamina D em moléculas com maior atividade biológica (25-hidroxi-vitamina D e 1α,25-dihidroxi-vitamina D). ✅ A Vitamina D parece influenciar a hepcidina, que por sua vez afecta negativamente a absorção e status de ferro. ✅ Existe alguma evidência (ainda que limitada) que suplementar com Vitamina D e cálcio alguém que não ingere quantidades adequadas de Vitamina K, em especial Vitamina K2, poderá causar calcificação arterial. ✅ O aumento da ingestão de iodo (através de alimentos ou suplementos) por alguém genéticamente predisposto (no que à autoimunidade se refere) e que tem baixa ingestão de cisteína e/ou deficiência de selénio, magnésio e de vitaminas B1, B2, B3 e B6 (nutrientes essenciais para uma adequada síntese e redução de glutationa e para uma correta atividade da enzima antioxidante Glutationa Peroxidase) poderá resultar em Tiroidite. ✅ O Folato interage com vários nutrientes, como, por exemplo, a Vitamina B12, pelo que a suplementação isolada de folato poderá mascarar ou agravar a deficiência de B12. ✅ A Anemia ferropénica nem sempre envolve apenas a deficiência de Ferro. ✅ Uma excessiva ingestão de Zinco poderá causar deficiência de Cobre. ✅ O aumento da ingestão de ácidos gordos Ómega-3 poderá ser pouco eficaz se o paciente tiver um elevado consumo de ácido linoleico. ✅ A Vitamina B12 influencia o “status” de DHA (um ácido gordo da família Ómega-3 abundante no sistema nervoso central)
A Nutrição é uma disciplina científica complexa, pelo que, na minha opinião, só quando a virmos dessa forma e abandonarmos as visões simplistas (que incluem receitas iguais para todos) é que poderemos de fato fazer a diferença. . Tenha seu Nutricionista!! .
A prevalência de caquexia em pacientes com câncer abrange 15 a 40% dos casos, sendo responsável por 10 a 22% de casos de mortalidade. A caquexia é caracterizada por uma síndrome metabólica complexa e multifatorial, associada a doenças subjacentes com predominante diminuição de massa muscular.
Sabe-se que o peso corporal não apresenta um padrão constante, visto que existem situações clínicas em que a composição do corpo se altera em função do estado metabólico. As repercussões da caquexia associada ao câncer têm relação com alterações gastrointestinais, imunológicas, cardíacas e atrofia muscular. Em um estudo realizado em pacientes com neoplasia maligna de pâncreas avançada avaliaram-se características de caquexia que tiveram impacto em algumas funções orgânicas e na sobrevida dos participantes, como perda de peso maior que 10%, inflamação sistêmica com avaliação da proteína C reativa e redução da ingestão alimentar. Quando os pacientes foram agrupados de acordo com a taxa de perda de peso, aproximadamente 80% apresentaram redução ponderal maior que 10%, evoluindo em alterações fisiológicas significativas que comprometeram ainda mais a qualidade de vida dos pacientes.
Uma revisão de artigos científicos, publicados sobre o câncer e a caquexia, mostrou diversas estratégias terapêuticas para minimizar e retardar esse processo, incluindo o aconselhamento dietético, nutricional e a suplementação de vitaminas, ácidos graxos essenciais (ômega-3) e, sobretudo, proteínas de alta qualidade. Esses suplementos atuam de forma positiva na redução da inflamação associada à perda progressiva de peso, aumento da síntese proteica e massa muscular e equilíbrio nas reações antioxidantes do organismo em geral. O alto estresse oxidativo provocado pela doença, também, contribui para o estado caquético, por isso, torna-se fundamental adequar a suplementação de forma segura e eficiente.
REFERÊNCIAS
ARGILÉS, J.M. Fisiología de la sarcopenia Similitudes y diferencias con la caquexia neoplásica. Nutrición Hospitalaria. v. 21, n. 3, p. 39, 2006.
AZEVEDO, C.D.; BOSCO, S.M. Perfil nutricional, dietético e qualidade de vida de pacientes em tratamento quimioterápico. Comunicação em Ciências da Saúde. v.10, n.1, 2011.
BILATE, A. Inflamação, citocinas, proteínas de fase aguda e implicações terapêuticas. Temas de Reumatologia Clínica, v.8, n.2, 2007.
GARÓFOLO, A. Nutrição Clínica, funcional e preventiva aplicada à oncologia. Rio de Janeiro: Rubio, 2012.
SILVA, A.; ALVES, R.; PINHEIRO, L. As implicações da caquexia no câncer. e-Scientia, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p. 49-56, 2012.
Não deixe a falta de apetite nem as náuseas atrapalharem a sua alimentação
Seja por meio de quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia, o tratamento do câncer pode provocar efeitos colaterais que interferem até na alimentação do paciente. “O tumor e o tratamento fazem o metabolismo da pessoa gastar mais energia e, ao mesmo tempo, perder o apetite, o que pode provocar desnutrição”, contra o nutricionista Nivaldo Pinho.
Junto a essa dificuldade, o tratamento pode causar náuseas, diarreia, falta de salivação, alteração no paladar e dificuldade de mastigar e digerir os nutrientes. A fim de amenizar esses efeitos, os cuidados na escolha dos alimentos e na forma de realizar as refeições devem ser redobrados. Anote o que especialistas em nutrição oncológica recomendam para garantir todos os nutrientes necessários e ter um corpo mais preparado para vencer essa doença.
Realce o paladar
Realce o paladar – Getty Images
Uma das primeiras mudanças que o paciente em tratamento do câncer nota é a modificação do paladar. O nutricionista Vitor Rosa, do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), conta que a quimioterapia e a radioterapia, quando realizada na região de cabeça e pescoço, destroem as células das glândulas salivares e papilas gustativas, o que diminui a salivação e a percepção do gosto dos alimentos.
Especialistas também acreditam que o próprio tumor pode aumentar a produção de moléculas chamadas interleucinas, que estão presentes em processos inflamatórios. “Elas provocam alterações no sistema nervoso central, o que deixa um gosto metálico na boca”, explica o nutricionista Nivaldo Pinho.
Para deixar o paladar mais aguçado, procure enxaguar a boca com água ou chá de camomila antes das refeições. “Se não existirem feridas na boca, balas azedas ou ácidas e alimentos ácidos também realçam o paladar, assim como manjericão, orégano, hortelã e outros temperos naturais”, aconselha Vitor Rosa. Já para aliviar o gosto metálico, substitua os talheres de metal por aqueles de plástico.
Procure um nutricionista
Procure um nutricionista – Getty Images
O acompanhamento do tratamento por um nutricionista pode até mesmo evitar complicações no processo. “Como é alto o risco de desnutrição do paciente com câncer, um nutricionista pode ser de extrema importância, já que o indivíduo desnutrido tem mais chances de enfrentar dificuldades durante o tratamento”, defende Nivaldo Pinho. Esse profissional também ajudará a amenizar o ganho de peso que costuma ocorrer na hormonioterapia – tratamento que leva ao aumento do apetite, ao contrário dos outros.
Considere a suplementação
Considere a suplementação – Getty Images
Como a doença eleva o consumo de energia pelo corpo, a alimentação precisa ser mais reforçada e o uso de suplementos (desde que recomendados por um médico ou nutricionista) pode fazer a diferença. “Costumamos indicar suplementação quando há desnutrição ou algum risco nutricional”, diz o nutricionista Nivaldo Pinho. A desnutrição acontece quando o paciente está perdendo muito peso. Já os riscos nutricionais englobam uma perda de peso muito rápida (por exemplo, perder 10% do peso em 30 dias), uma ingestão inadequada (comer menos de 70% do que precisa durante muitos dias) ou casos de tumores localizados na cavidade oral e na região abdominal.
“Se você come menos do que precisa durante muito tempo, o organismo desenvolve um processo de compensação, ou seja, reduz o gasto energético e diminui o apetite?, explica o profissional. É nesses casos que a suplementação pode ser útil para tentar fazer com que o corpo volte à situação normal e o apetite melhore.
Fracione bem as refeições
Fracione bem as refeições – Getty Images
A recomendação de comer pouco várias vezes ao dia é muito importante para pacientes com câncer. “Fracionar as refeições e comer devagar, mastigando bem os alimentos, ajuda tanto a diminuir as náuseas quanto melhorar o apetite”, garante Vitor Rosa. O nutricionista também aconselha que alimentos muito quentes sejam evitados, já que eles aumentam a sensação de náusea.
Peça para que alguém cozinhe para você
Peça para que alguém cozinhe para você – Getty Images
Muitos pacientes em tratamento – em especial aqueles que sofrem com tumores na região da cabeça e pescoço – ficam com o estômago embrulhando só de sentir o cheiro de comida. “A quimioterapia e radioterapia deixam o olfato mais realçado, o que aumenta as chances de náuseas diante do cheiro da comida”, explica o nutricionista Vitor Rosa. Por isso, uma boa saída pode ser pedir para que alguém cozinhe para esse paciente.
Atenção redobrada à higiene oral
Atenção redobrada à higiene oral – Getty Images
Uma boca limpinha pode até mesmo melhorar a náusea. Segundo Nivaldo Pinho, a quimioterapia e a radioterapia reduzem a capacidade de regeneração das células das mucosas e deixam a cavidade oral e o trato gastrointestinal com muitas células mortas ou envelhecidas. “Isso provoca perda da percepção do gosto dos alimentos e aumenta a sensação de náusea”, afirma.
Além disso, a higiene bucal ajuda a evitar o aumento de bactérias na boca, que fica menos protegida devido à diminuição da salivação provocada pelo tratamento. “A saliva tem função bactericida sobre determinados grupos de micro-organismos”, justifica Nivaldo Pinho, que recomenda escovar bem os dentes e fazer bochechos com substâncias bactericidas.
Varie o cardápio
Varie o cardápio – Getty Images
Com a falta de apetite e os demais sintomas, um grande desafio para quem está tratando o câncer é readquirir o prazer de comer. Segundo o nutricionista Nivaldo Pinho, o tumor aumenta a produção de citocinas, que avisam ao cérebro que precisamos comer menos. “Para combater o tumor, o organismo também aumenta a produção de citocinas, diminuindo ainda mais o apetite”, acrescenta. O segredo é variar bastante o cardápio, com opções que o paciente goste, para que a alimentação não fique enjoativa e ele tenha prazer em comer.
Inclua fibras solúveis na alimentação
Inclua fibras solúveis na alimentação – Getty Images
A diarreia durante o tratamento pode acontecer por diversas causas – intoxicação medicamentosa, desnutrição, morte das células do intestino, infecção intestinal e até falta de uma proteína chamada albumina no sangue. O nutricionista Nivaldo Pinho recomenda comer fibras solúveis, presentes em frutas como maçã, pêra, banana maçã e goiaba sem casca, já que elas estimulam a produção de células intestinais e melhoram a imunidade do intestino.
Hidrate-se bem
Hidrate-se bem – Getty Images
Outra medida muito importante para vencer a diarreia é a hidratação. “O paciente deve tomar chás, sucos coados sem açúcar e bastante água”, aconselha Vitor Rosa, que também pede que seus pacientes evitem alimentos gordurosos, leite e derivados, fibras insolúveis (presentes em grãos integrais, cascas, sementes e cereais) e outros alimentos que possam soltar o intestino.
Evite alimentos crus
Evite alimentos crus – Getty Images
Dependendo do estado imunológico do paciente, alimentos crus podem ser perigosos, já que costumam apresentar alta concentração de bactérias. O médico ou o nutricionista poderá ajudar nessa determinação. “Podemos recomendar desde evitar comer a casca das frutas ou, em fases mais avançadas, procurar ingerir somente frutas cozidas”, exemplifica o nutricionista do INCA.
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