Histórico familiar
Os critérios para identificar o risco genético para a doença são:
- Dois ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama
- Um parente de primeiro grau e dois ou mais parentes de segundo ou terceiro grau com a doença
- Dois parentes de primeiro grau com esse tipo de câncer, sendo que um teve a doença antes de 45 anos
- Um parente de primeiro grau com câncer de mama bilateral
- Um parente de primeiro grau com a doença e um ou mais parentes com câncer de ovário
- Um parente de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e dois ou mais com câncer de ovário
- Três ou mais parentes de segundo ou terceiro grau com a doença
- E dois parentes de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e um ou mais com câncer de ovário.
As mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas. Isso porque a exposição ao hormônio estrógeno está no auge com a chegada dessa idade. A partir dos 50 anos, particularmente, os riscos entram em uma curva ascendente.
Menstruação precoce
A relação com a menstruação está no fato de que é no início desse período que o corpo da mulher passa a produzir quantidades maiores do hormônio estrógeno. Esse hormônio em quantidades alteradas facilita a proliferação desordenada de células mamárias, resultando em um tumor. Quanto mais intensa e duradoura é a ação do hormônio nas células mamárias, maior é a probabilidade de um tumor. Se a primeira menstruação ocorre por volta dos 9 ou 10 anos de idade, é porque os ovários intensificaram a produção do hormônio cedo e, assim, o organismo ficará exposto ao estrógeno por mais tempo no decorrer da vida.
Menopausa tardia
A lógica nesse caso é a mesma do caso acima – enquanto a menstruação não cessa, os ovários continuam a produzir o estrógeno, deixando as glândulas mamárias mais expostas ao crescimento celular desordenado.
Reposição hormonal
Muitas mulheres procuram a reposição hormonal para diminuir os sintomas da menopausa. Mas essa reposição – principalmente de esteroides, como estrógeno e progesterona – pode aumentar as chances. Na menopausa, os tecidos ficam ainda mais sensíveis à ação do estrógeno, já que os níveis desse hormônio estão baixos devido à ausência de sua produção pelo ovário. Como alternativa à reposição hormonal, é indicada a prática de exercícios físicos e uma dieta balanceada.
Colesterol alto
O colesterol é a gordura que serve de matéria prima para a fabricação do estrógeno. Dessa forma, mulheres que altos níveis de colesterol tendem a produzir esse hormônio em maior quantidade, aumentando o risco de câncer de mama.
Obesidade
O excesso de peso é um fator de risco para o câncer de mama principalmente após a menopausa. Isso porque a partir dessa idade o tecido gorduroso passa a atuar como uma nova fábrica de hormônios. Sob a ação de enzimas, a gordura armazenada nas mamas, por exemplo, é convertida em estrógeno. O alerta é mais sério para aquelas que apresentam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30. A redução de apenas 5% do peso já cortaria quase pela metade os riscos de desenvolver alguns dos principais tipos da doença. A constatação é de pesquisadores do Centro de Prevenção Fred Hutchinson (EUA), com base na avaliação de dados de 439 mulheres acima do peso entre 50 e 75 anos de idade.
Mulheres que nunca tiveram filhos têm mais chances devido a ausência de amamentação. Quando a mulher amamenta, ela estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade de hormônios, como o estrógeno, em sua corrente sanguínea.
Lesões de risco
Já ter apresentado algum tipo de alteração na mama não relacionada ao câncer de mama também pode aumentar as chances do surgimento de tumores. Dessa forma, pequenos cistos ou calcificações encontrados na mama, ainda que benignos, devem ser acompanhados com atenção.
Tumor de mama anterior
Pacientes que já tiveram câncer de mama têm mais chances de apresentar outro tumor – nesse caso é chamado de câncer recidivo ou que sofreu uma recidiva.
Sintomas
Sintomas de Câncer de mama
Os sintomas do câncer de mama variam conforme o tamanho e estágio do tumor. A maioria dos tumores da mama, quando iniciais, não apresenta sintomas.
Caso o tumor já esteja perceptível ao toque do dedo, é sinal de que ele tem cerca de 1 cm³ – o que já é uma lesão muito grande. Por isso é importante fazer os exames preventivos (como a mamografia) na idade adequada, antes do aparecimento deste e de qualquer outro sintoma do câncer de mama.

Veja os outros sinais possíveis do câncer de mama:
- Vermelhidão na pele, inchaço ou calor
- Alterações no formato dos mamilos e das mamas, principalmente as alterações recentes, é possível até que uma mama fique diferente da outra
- Nódulos na axila
- Secreção escura saindo pelo mamilo
- Pele enrugada, como uma casca de laranja
- Em estágios avançados, a mama pode abrir uma ferida.
Diagnóstico e Exames
Diagnóstico de Câncer de mama
Além da mamografia, ressonância magnética, ecografia e outros exames de imagem que podem ser feitos para identificar uma alteração suspeita de câncer de mama, é necessário fazer uma biópsia do tecido coletado da mama. Nesse material da biópsia é que a equipe médica identifica se as células são tumorosas ou não. Caso seja feito o diagnóstico, os médicos irão fazer o estudo dos receptores hormonais para saber se aquele tumor expressa algum ou não, além de sua classificação histológica. O tratamento vai ser determinado pela presença ou ausência desses receptores na célula maligna, bem como o prognóstico do paciente.
Caso você já tenha recebido o diagnóstico, é importante tirar todas as suas dúvidas com o médico e não deixar nada escapar. Confira algumas dicas para aproveitar ao máximo a consulta:
- Se não entender o médico, peça que repita com termos mais simples ou usando desenhos
- Leve um caderno para a consulta e anote os pontos mais importantes e para levar dúvidas anotadas para as consultas
- Caso queira informações adicionais sobre seu caso, peça a seu médico que indique livros, sites ou artigos
- Prefira levar um acompanhante para ajudar na assimilação de novas informações.
Segue uma lista de perguntas importantes para fazer na consulta:
- Onde está a doença nesse momento e qual a sua extensão?
- Meu câncer é receptor de hormônio positivo ou negativo?
- Meu câncer é HER-2 positivo ou negativo?
- Quais são as opções de tratamento e como elas funcionam?
- Quais são os efeitos colaterais mais e menos comuns do tratamento?
- Como esse tratamento me beneficiará?
- Posso evitar os desconfortos do tratamento? Como?
- Qual a previsão de duração do tratamento?
- Precisarei visitar o médico e realizar exames com que frequência durante o tratamento? Quais exames serão necessários?
- Precisarei ficar internada?
- Precisarei seguir dieta específica?
- Posso fazer a reconstrução mamária? Como ficará minha mama?
- Posso apresentar linfedema? Quais são as chances?
- Meu câncer voltará? Quais são as chances?
- Para quem devo ligar se tiver dúvidas e problemas relativos ao tratamento?
- Quando terminar, quais serão os próximos passos?
- Eu tenho outras doenças concomitantes que afetam a minha capacidade de tolerar tratamentos?
- Há alguma recomendação especial para esse momento?